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Votos de pesar pelas mortes de Lauro António, Monsenhor Joaquim Fernandes e António Martins Vieira

10-02-2022
O Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Mário Passos, propôs esta quinta-feira, na reunião do executivo municipal, os votos de pesar pelas mortes de Lauro António, realizador e crítico de cinema, de Monsenhor Joaquim Fernandes, uma personalidade incontornável do concelho famalicense e de António Martins Vieira, historiador e investigador do património cultural. As propostas foram aprovadas por unanimidade, sendo que, foi ainda realizado um minuto de silêncio pela morte do Monsenhor.

Monsenhor Joaquim Fernandes tinha 105 anos e faleceu esta terça-feira, 8 de Fevereiro, em Vila Nova de Famalicão, concelho onde nasceu e onde vivia, vítima de doença prolongada.

Nascido em 1916, na freguesia de Mouquim, frequentou os Seminários de Braga cujo curso concluiu em 1945. Foi ordenado em 8 de julho desse ano, sendo a Missa Nova realizada uma semana depois. Em 6 de fevereiro de 1946 foi nomeado coadjutor da Igreja de Santo Adrião, em Vila Nova de Famalicão, ascendendo a Pároco e Acipreste do Concelho, oito anos depois. Foi Vigário Episcopal com D. Francisco Maria da Silva e, depois, com D. Eurico Nogueira. Foi nomeado Cónego da Sé de Braga por D. Francisco Maria da Silva e, mais tarde, nomeado Monsenhor pela Santa Sé.

Sacerdote com uma ação de largos anos na propagação da fé e em obras de solidariedade social em Famalicão, criou, por sua força, esforço e vontade, o atual Centro Pastoral e Cívico, a nova Igreja Matriz, a Creche - Mãe e Jardim-Escola e a Residência Paroquial. Em novembro de 1996, foi inaugurado o Centro de Dia (para idosos) no Bairro de Mões, obra que se lhe fica a dever e que, talvez por isso, leva o seu nome. Após a sua resignação, em 1995, passou a viver na sua quinta, em Mouquim.

No passado dia 3 de fevereiro, faleceu subitamente Lauro António, “um amigo de Famalicão” como referiu Mário Passos. Para além de todo o seu percurso histórico do cinema português, Lauro António foi o criador e o diretor do Famafest - Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Vila Nova de Famalicão, cuja finalidade era promover a relação entre o cinema e a literatura. O festival teve lugar de 1999 a 2010.

Também teve um papel relevante no processo da doação da biblioteca pessoal do Prof. Doutor Eduardo Prado Coelho ao Município, que enriqueceu de forma relevante o espolio bibliográfico da Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco.

Em 2018, foi condecorado como Comendador da Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente da República, Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa.

Também no dia 3 de fevereiro, desapareceu do mundo dos vivos António Martins Vieira, uma individualidade muito estimada e prestigiada na comunidade famalicense. Foi docente da disciplina de História, tendo-se também dedicado ao estudo e à investigação do património cultural, contribuindo para o conhecimento da identidade e da memória coletiva da comunidade famalicense. Esteve ligado ao restauro da Capela da Lapa e à instalação dos Museus de Arte Sacra da Capela da Lapa e da Igreja de São Tiago de Antas, este último entretanto extinto. Foi um colaborador ativo do Boletim Cultural do Município, como autor de artigos sobre o património cultural local.
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