Agenda Municipal / Música Sete Lágrimas

Vila Nova de Famalicão | Igreja Matriz (Antiga) - 21h30
Entrada gratuita até à lotação da sala | Classificação: M/6 | Duração: 70 min
Conta a lenda que estando Camões desterrado em Macau se recolheu na Gruta de Patane, escutando o eco dos seus sonhos e do seu desespero, para escrever a grande epopeia d’Os Lusíadas que contava a história do seu povo. Ao partir conheceu uma nativa de Patane, Tin-Nam-Men (Dinamene), por quem se apaixonou. Partindo com o poeta na Nau de Prata irromperam pelos mares do Sul quando foram assolados por uma grande tempestade. A Nau de Prata estava condenada a afundar-se, embarcaram as mulheres num batel e os homens salvaram-se a nado. Camões, de braço no ar, segurando Os Lusíadas, nadou para terra, mas o barco onde seguia a linda Tin-Nam-Men foi engolido pelas ondas.
Ação inserida na Rede Informal para a Difusão da Música Antiga [ridMUSA], um projeto de difusão e promoção de artistas locais no domínio da música historicamente informada, promovido pelo Auditório Carlos do Carmo de Lagoa do Algarve, Casa das Artes de Famalicão e o Centro Cultural Raiano de Idanha-a-Nova para o quadriénio 2022-2025, no âmbito da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses (RTCP).
Programa
Tin-nam-men ou a gruta de Patane - Amor e tragédia nas viagens de Camões
O dia de hoje
Quanto mais pode a fé que a força humana.
Os Lusíadas, Canto III, Est. 111, Luís Vaz de Camões (c. 1524/1525-1580)
1. Na fomte está Lianor, Villancico anónimo (s. XVI) a partir de Luiz Vaz de Camões (c.1524-1579/1580)
2. Senhora del mundo, Vilancico anon. (s. XVI)
3. Endechas a Bárbara escrava, Filipe Faria e Sérgio Peixoto sobre Luiz Vaz de Camões
A partida
Que, nos perigos grandes, o temor é maior muitas vezes que o perigo.
Os Lusíadas, Canto IV, Est. 29, Luís Vaz de Camões (c. 1524/1525-1580)
4. Fandango, Tiago Matias (n. 1979)
5. Hashivenu (liturgia tradicional judaica)
A viagem
E à terra que se não deixa salgar, que se lhe há-de fazer?
Sermão de Santo António aos Peixes, 1654, Pe. António Vieira (1608-1697)
6. San Giuseppe e la Madonna, Tradicional (Itália/Lombardia)
7. Folia, Gaspar Sanz (ca.1640-1710)
8. A força de cretcheu, Eugénio Tavares (1867-1930)
Acabemos de nos desenganar, antes que se acabe o tempo.
Sermão de Dia de Ramos, 1656, Pe. António Vieira (1608-1697)
9. Variação sobre Seguiriya, Trad. Andaluzia/Juan de la Fuente Alcón
10. Tarantella, Trad. (Itália), arr. Tiago Matias
11. Pues que veros, Filipe Faria e Sérgio Peixoto sobre texto de vilancico anónimo (s. XVI)
A permanência
E quando foi ao p.ro de abril desaparecemos de Malaqua [Macau] e asy fomos ao longuo da costa até a Ilha q se chama pulo pisão onde estiuemos de todo perdidos com hūa muj.to grande trouoada q nos deu e em tanta man.ra q se noso snõr não fora seruido de se faser a vella em pedaços acabada era a viagem com a vida de nos todos.
Peregrinação, 1614, Fernão Mendes Pinto (c.1509-1583)
12. Es tan grave mi tormento, Filipe Faria e Sérgio Peixoto sobre Pêro de Andrade Caminha (1520-1589)
13. Bastiana, Tradicional (Macau/China)
14. Ko le le mai, Tradicional (Timor)
E conhecendo hum daquelles, que como mayoral ou mestre da musica gouerna os outros, o Gaspar de Meirelez, lançou mão por elle para tanger, & metendolhe na mão hūa viola lhe disse, rogote que cantes o mais alto que puderes, porque te ouça este defunto q aquy leuamos, porque te affirmo que vay muyto triste pela saudade que leua de sua molher & de seus filhos a que em estremo era affeiçoado (...)
Peregrinação, 1614, Fernão Mendes Pinto
15. Takeda no komoriuta, Tradicional (Japão)
16. Meu bem bê à bá, Trad (Idanha-a-Nova)
Ficha técnica
Direcção Artística: Filipe Faria e Sérgio Peixoto
Filipe Faria: voz, viola de mão de quatro ordens, adufe
Sérgio Peixoto: voz
Tiago Matias: vihuela, guitarra barroca, guitarra romântica, tiorba
Juan de la Fuente: percussão