Arranca já nesta quarta-feira, 30 de abril, mais uma edição da Feira das Trocas, também conhecida como Feira do Burro, promovida pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão. Durante cinco dias, até 4 de maio, a cidade revive algumas das suas maiores tradições históricas como a feira de gado bovino, o mercado dos enchidos, com as populares tabernas e o vinho verde na malga, entre outros momentos, animados pelo ambiente festivo próprio das feiras do início do século XX. Ordenada pelo Rei D. Sancho I, em 1205, e agora recuperada, a feira vai decorrer na cidade, nomeadamente, na Praceta Cupertino de Miranda e na Alameda D. Maria II, regressando ao local onde originalmente se realizava, no então denominado Campo Mouzinho de Albuquerque.
Para além da oportunidade de poder comprar produtos hortícolas, fruta, flores, enchidos, mel, queijos, compotas e muitos outros produtos tradicionais – a maior parte deles adquiridos diretamente ao produtor –, o visitante vai poder apreciar e também adquirir diverso gado. A animação será constante ao longo dos vários dias, com pessoas trajadas à época, disputando uma desgarrada, dançando, trocando produtos, fazendo juras… A estas junta-se o tocador de concertina, o cantador ao desafio e outros festeiros. Ao contrário do que acontece na maioria das feiras rurais organizadas de norte a sul do país, a Feira das Trocas de Vila Nova de Famalicão aposta numa animação tradicional “apeada”, sem necessidade de palcos e de instalações sonoras. Os tocadores e dançarinos dos grupos etnográficos do concelho vão misturar-se com o povo que vem feirar e a eles podem juntar-se todos os que quiserem trazer de casa a sua concertina, uma gaita-de-beiços ou um simples tambor ou reco-reco.
Por isso, o desafio estende-se a todos quantos queiram comparecer não apenas de Vila Nova de Famalicão mas de todo o Minho e de outras paragens, acompanhados pelos seus instrumentos musicais ou mesmo envergando uma peça de vestuário “à antiga”.
Durante a feira estarão disponíveis várias tabernas onde será possível deliciar os petiscos tradicionais mais apetitosos do Minho, devidamente acompanhados pelo inigualável vinho verde, servido à malga.
Uma oportunidade para as famílias famalicenses reencontrarem a história, os usos e costumes próprios da sua terra e transmitir estes valores e património imaterial às novas gerações.
Depois do êxito verificado com a reedição, em 2012, desta Feira, o município persiste a sua aposta na valorização das suas tradições mais profundas, promovendo e dinamizando as raízes culturais de todos os famalicenses.
Para o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, “trata-se de uma aposta do Município numa atividade de caráter tradicional que muito diz às gentes da terra.” E acrescenta: “É objetivo dignificar também a Identidade Cultural do concelho e explorar as suas potencialidades sociais, culturais, económicas e turísticas. Pretende-se ainda fomentar o comércio de produtos rurais e artesanais produzidos pelas gentes da terra de forma a preservar o saber e saberes fazer do povo famalicense.”