"O papel dos cidadãos na democracia ainda está muito aquém do que deveria estar.” O alerta foi feito pelo presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha, nesta terça-feira, no âmbito da sessão comemorativa do Dia da Cidade, que decorreu na Casa das Artes.
Para o autarca famalicense “a falta de participação democrática dos cidadãos é um problema atual e a sociedade civil precisa de refletir sobre isso. Temos que ser cada vez mais cidadãos e menos indivíduos. Temos que olhar mais para o bem coletivo e implementar bons hábitos de vivência comunitária, mudando a relação de compromisso das pessoas com a comunidade”.
Neste âmbito, Paulo Cunha destacou algum trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no município, nomeadamente, ao nível da conjugação de esforços entre as juntas de freguesias, as empresas e as associações. No entanto, segundo o autarca “sozinhos, eu e o meu executivo, com os autarcas de freguesia, não poderemos fazer tanto quanto podemos fazer se contarmos com o envolvimento, com o apoio crítico, com o clima de compromisso dos famalicenses, na construção de um futuro melhor” realçou.
Entretanto, a sessão solene evocativa da cidade ficou mais uma vez marcada pela homenagem pública do município às individualidades e instituições famalicenses, cujos feitos contribuíram de forma relevante para a valorização e projeção do território famalicense.
Segundo o presidente da Câmara Municipal “os galardões significam muito mais do que uma mera efeméride, do que um simples reconhecimento, são um sinal muito importante que queremos dar à comunidade”.
Entre as 24 medalhas atribuídas, destaque para a atribuição da medalha de honra do município, o mais alto galardão, a Raquel Rego, pelo seu percurso profissional, mas, acima de tudo, pelo cargo de presidente do Tribunal da Relação de Guimarães. Raquel Rego é a primeira e única mulher em Portugal a presidir a um tribunal superior.
A homenageada mostrou-se satisfeita com o reconhecimento e disse sentir-se “gratificada”. “Cai bem no coração e toca-nos quando a nossa terra vê que existimos e reconhece o valor que possamos ter”. Raquel Rego Silva salientou ainda que apesar de ter desenvolvido uma carreira profissional sempre fora do concelho, “gosta muito” da sua terra e regressa sempre que pode.
Com a medalha de mérito municipal autárquico foi agraciado o deputado da Assembleia Municipal Álvaro Oliveira, eleito pela primeira vez há 30 anos. A medalha de mérito municipal desportivo foi entregue à Sociedade Columbófila de Delães, ao Grupo Desportivo e Recreativo da Floresta, e aos atletas Davide Figueiredo, Gonçalo Bonnet Alves e Joaquim Costa. Entretanto, a medalha de mérito municipal económico destacou o empresário Pedro Pinto, e as empresas Izicar, Metalúrgica Central da Trofa, Pichelaria Mouzinho e Fábrica Metalúrgica de Gandra. A medalha de mérito municipal cultural distinguiu os Agrupamentos de Escuteiros de Lemenhe e do Louro, o Cineclube de Joane, o Greculeme, o Rancho Folclórico de São Julião de Calendário, o ator e encenador Bruno Martins, o autor e antigo vereador da cultura Durval Ferreira, os músicos Magina Pedro e António Joaquim Teixeira e ainda José Handel de Oliveira. Por fim, a medalha de mérito municipal de benemerência galardoou a Associação Dar as Mãos.
No final da cerimónia, os famalicenses juntaram-se para cantar os parabéns à cidade num momento repleto de simbolismo.