Na próxima sexta-feira, dia 24 de maio, o Museu Bernardino Machado, em Vila Nova de Famalicão, vai recordar a ação do ensaísta António Sérgio, uma das figuras mais destacadas da cultura portuguesa do século XX, com um colóquio que assinala o cinquentenário da sua morte.
“Revisitar António Sérgio: cinquenta anos depois”, assim se chama a iniciativa promovida pelo museu famalicense que vai contar com a intervenção de vários académicos, investigadores, docentes e historiadores de várias universidades portuguesas.
A sessão de abertura do colóquio, às 09h30, estará a cargo do presidente da Câmara Municipal de Famalicão, Paulo Cunha, e do coordenador científico do Museu Bernardino Machado, Norberto Cunha.
Da parte da manhã intervêm Fernando Catroga, da Universidade de Coimbra, para falar sobre “António Sérgio e a educação cívica”; Sérgio Campos Matos, da Universidade de Lisboa, com o tema “História e Educação para a Cidadania” e Justino de Magalhães, também da Universidade de Lisboa, para falar sobre o papel de António Sérgio enquanto Ministro da Instrução.
As intervenções da parte da tarde arrancam às 15h00 com Ivone Moreira, da Universidade Católica Portuguesa, com o tema “princípios e fins da pedagogia sergiana”; e João Príncipe, da Universidade de Évora, para quem António Sérgio é dono de uma “obra que se impõe revisitar, quer pelos horizontes que rasgou, quer pelos debates que suscitou nos mais variados campos”.
Após um debate, seguem-se Joaquim Pintassilgo, da Universidade de Lisboa, para falar sobre “António Sérgio e o valor educativo da vulgarização dos conhecimentos” e, por fim, Norberto Cunha, com o tema “Educação e ensino em António Sérgio e Bernardino Machado”.
Figura central da teorização sobre o cooperativismo em Portugal, António Sérgio nasceu em 1883, tendo falecido em 1969. Ensaísta de formação clássica e iluminista, o seu pensamento crítico incidiu sobre uma pluralidade de campos do saber que vão da ciência e da filosofia e à política, passando pela história, os problemas sociais e económicos, a literatura e a pedagogia. Homem cosmopolita, crítico das posições deterministas e dogmáticas que dominaram no seu tempo, envolveu-se em polémicas com intelectuais seus contemporâneos dos mais variados setores. A sua linguagem aparentemente simples encobre um pensamento bem mais complexo do que poderia parecer a uma primeira leitura.
O colóquio é de entrada livre, mas de inscrição obrigatória até dia 22 de maio, no site do Museu Bernardino Machado em www.bernardinomachado.org.